Casa da Palavra



A Casa da Palavra é um espaço dedicado à cultural literária. O seu trabalho é voltado aos amantes da literatura, filosofia, artistas e estudantes.

Ela abriga em seu espaço a Escola Livre de Literatura, que se destina exclusivamente à difusão da Literatura, e à formação de novos leitores e escritores.

Este espaço é um equipamento da Secretaria de Cultura de Santo André.

Local: Praça do Carmo, 171, Centro – Santo André, SP.
Contato: 4992-7218


terça-feira

Santo André

História

O nome da cidade remonta à antiga vila de Santo André da Borda do Campo, que existira na região do Grande ABC. Esta vila fora fundada por João Ramalho, que se uniu à índia Bartira, filha do cacique Tibiriçá, da tribo dos Guaianases. Em 8 de abril de 1553, o seu pedido de transformar a região em que vivia em Vila foi atendido pelo governador-geral Tomé de Sousa.
Paço Municipal

Em 1558, Ramalho passou a governar a vila como alcaide-mor. Em 1560, devido às rivalidades entre os padres jesuítas de Piratininga e o alcaide, além dos conflitos com os povos indígenas da Confederação dos Tamoios, o governador-geral Mem de Sá decidiu extinguir o povoado ramalhense, transferindo seus moradores para a Vila de São Paulo existente nos campos de Piratininga, junto ao Pátio do Colégio.

Em 1889 foi instalado o município de São Bernardo, que incluía o território do atualmente denominado Grande ABC, que corresponde a Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

O nome Santo André só ressurgiu em 1910, com a criação de um distrito às margens da São Paulo Railway ou Estrada de Ferro Santos Jundiaí. Nesta época, a região constituía o bairro da estação, do município de São Bernardo.

Santo André - município localizado na Região Metropolitana de São Paulo, integrando a Região do Grande ABC. Sua população estimada em 2007 foi de 667.891 habitantes. Ocupa uma área de 175 km², o que resulta numa densidade demográfica de 3.816,52 hab/km².

Outro lado do Paço

Colégio Américo Brasiliense

Visite o site e conheça a cidade!

Reclamações e sugestões :
Telefones: 0800-0191944
E-mail: falacidadao@santoandre.sp.gov.br

domingo

SARAU

É verdade que nem sempre se encontra a luz. Às vezes, mais escuridão é tudo de que se precisa para ver a si. Aos poucos, um coletivo com rosto plural se desenha. Provocamo-nos. E então não era mais possível só ficarmos sentados. A busca por uma expressão da própria oralidade, uma urgência do ser, tornou-se uma necessidade.

Dia 11 de Outubro

SARAU

Amor e Erotismo!

a partir das 20h

Parque Celso Daniel com o pessoal da ELL .

Lançamento

(foto retirada do blog Alpharrábio)
Editora Espaço IDEA e Livraria Nobel do Shopping ABC convidam para o lançamento do novo livro do escritor e jornalista:

Hildebrando Pafundi
Livro: Janela da liberdade e outras histórias (infantil)

O autor, que é membro da Academia de Letras da Grande São Paulo e da Academia Popular de Letras, também autografará aosleitores, que desejarem, seus livros anteriores - No ritmo sensual da dança (contos) e Cotidiano e imaginário do ano 2000 (diário).


Data: 28 de setembro de 2008 (domingo)
Horário: das 16 às 20 horas.
Local: Livraria Nobel, Piso 1, Shopping ABC, Avenida Pereira
Barreto, 42, Santo André – SP.
Fone: (11) 4979-5670
E-mail do autor: hpafundi@ig.com.br

terça-feira

ESTA SEMANA NA CASA DA PALAVRA

de 18/agosto a 23/agosto

dia 18, segunda, 19h30 – Capítulos da literatura brasileira
Euclides da Cunha: história e literatura será o tema da aula do Prof. Juarez Donizete Ambires, no curso livre de história da literatura brasileira, formado por diversas aulas independentes, que podem ser assistidas como palestras temáticas. Professor da Fundação Santo André,Juarez Donizete Ambires é mestre e doutor em Letras pela USP.

dia 21, quinta, 19h30 – Como se faz crítica literária
Primeira aula do Núcleo de crítica literária, coordenado por Reynaldo Damazio, que será formado por 8 encontros quinzenais,sempre às quintas, das 19h30 às 21h30. Ainda há vagas.

dia 22, sexta, 18h – Rappin'Hood e Pau-de-dá-em-doido
Bate-papo com um dos maiores nomes do rap nacional, que, em seguida, se apresentará na Concha Acústica – Praça do Carmo com os jovens ligados ao selo independente Pau-de-dá-em-doido.

dia 23, sábado, 15h – Encontros órficos
Encontro de leitura e criação poética com Roberto Piva, um dos principais poetas brasileiros do século XX, autor de livros fundamentais como Paranóia e Um estrangeiro na legião.

sexta-feira

Núcleo de Crítica Literária

Como se Faz Crítica Literária : de Machado de Assis à literatura contemporânea
com Reynaldo Damazio
...................... 21 de agosto;
.......................4 e 18 de setembro;
.......................2, 16 e 30 de outubro e
.......................27 de novembro.

A proposta do ciclo é possibilitar o aprendizado do trabalho crítico, aproveitando a riqueza da obra e a fortuna crítica de Machado de Assis, para que os participantes entendam, a partir da leitura de textos fundamentais do autor e dos pricinpais ensaios críticos sobre sua obra, como se faz crítica literária. O curso consiste em: Estudar os fundamentos da atividade crítica e suas implicações na vida social; ler pequena antologia da obra de Machado de Assis; ler e confrontar os textos fundamentais da fortuna crítica machadiana; ler obras importantes da literatura contemporânea e preparar resenhas e ensaios críticos sobre literatura contemporânea.

Reynaldo Damazio nasceu em São Paulo, em 1963. Formado em Ciências Sociais na USP, estudou também publicidade. Considera-se jornalista acidental, profissão que exerce desde 1987, quando trabalhou no jornal Folha de S. Paulo. Desde 1990, atua como editor no departamento de publicações do Memorial da América Latina. É colaborador da revista Cult e editor executivo do site Weblivros, que criou em 1998 com o webdesigner Ricardo Botelho. Publicou dois livros: O que é criança, coleção Primeiros Passos, Editora Brasiliense; e Poesia, linguagem, tradução de poetas latino-americanos, coleção Memo, Memorial da América Latina.
Telefone: o11 4992-7218
E-mail: casadapalavra@santoandre.sp.gov.br

segunda-feira

Capítulos da literatura brasileira

Hoje, dia 11, segunda, 19h30 – O pré-modernismo e o “caso” Augusto dos Anjos serão o tema da aula do Prof. Sérgio Alcides, no curso livre de história da literatura brasileira, formado por diversas aulas independentes, que podem ser assistidas como palestras temáticas.



Poeta e crítico, Sérgio Alcides é autor dos poemas de O ar das cidades e do estudo Estes Penhascos: Claudio Manuel da Costa e a paisagem das Minas, que resultou de sua dissertação de mestrado na PUC/RJ. É também doutor em História Social pela USP, com tese sobr o poeta português Sá de Miranda.

sábado

Leitores Itinerantes

A Escola Livre de Literatura está selecionando alunos que tenham interesse em participar do projeto Leitores Itinerantes, parceria da ELL com a Gerência de Bibliotecas, que circulará nove bibliotecas ramais e a distrital da cidade apresentando grandes autores de nossa literatura. O projeto visa fomentar atividades culturais nos bairros e nas bibliotecas e difundir as atividades de formação da Escola Livre de Literatura. Como conseqüência, transforma os alunos da ELL em “multiplicadores” e forma público para as diversas atividades da Casa da Palavra. Todas as atividades ocorrerão em setembro, outubro e novembro. Serão selecionados 10 alunos, que receberão ajuda de custo. O prazo de inscrições foi prorrogado até 9 de agosto.

A poesia invade o ouvido

Coordenado pelo ator e poeta Carlos Lotto, o grupo tem por objetivo estimular a leitura pública de poesia, fazendo-a saltar dos livros para os ouvidos e, no mesmo movimento, acender no público a vontade de ir aos livros para procurar mais poesia. Ida e volta. A cada mês, o grupo terá dois encontros de ensaio e uma apresentação aberta ao público em geral, inclusive com músicos convidados. Nos ensaios, Carlos Lotto – que vem com todo o gás de suas apresentações para públicos tão grandes quanto imprevisíveis no Festival de Inverno de Paranapiacaba – ensinará em detalhe a técnica (e a paixão) do recital: desde a escolha do poema até a forma como o leitor deve ocupar o espaço com seu corpo e sua voz, criando uma “atmosfera” propícia à integração com o público por meio da palavra poética. Os ensaios começam em 14 de agosto.

Para maiores informações:
CASA DA PALAVRA
Praça do Carmo, 171,
Centro – [11] 4992.7218

quarta-feira

A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica

Este ensaio será o novo texto discutido pelo Núcleo de Estudos que se reúne toda terça, 19:30h, na Casa da Palavra. Todos estão convidados.

Ensaio originalmente publicado em Francês na revista do Instituto de Investigação Social Zeitschrift für Sozialforschung, em 1936, quando o autor se encontrava refugiado em Paris devido à perseguição dos judeus alemães pelo regime nazista. É o mais conhecido e citado ensaio de Walter Benjamin, que neste texto discute as novas potencialidades artísticas — essencialmente numa dimensão política — decorrentes da reprodutibilidade técnica. Em épocas anteriores a experiência da obra de arte era condicionada pela sua aura, isto é, pela distância e reverência que cada obra de arte, na medida em que é única, impõe ao observador. Primeiro — nas sociedades tradicionais ou pré-modernas — pelo modo como vinha associada ao ritual ou à experiência religiosa; depois — com o advento da sociedade moderna burguesa — pelo seu valor de distinção social, contribuindo para colocar num plano à parte aqueles que podem aceder à obra «autêntica». O aparecimento e desenvolvimento de formas de arte (começando pela fotografia) em que deixa de fazer sentido distinguir entre original e cópia traduz-se no fim dessa «aura», o que liberta a arte para novas possibilidades, tornando o seu acesso mais democrático e permitindo que esta contribua para uma «politização da estética» que contrarie a «estetização da política» típica dos movimentos fascistas e totalitários dominantes no momento em que Benjamin escreve esse ensaio. (texto retirado do wikipedia.org)

Como foi que a poesia invadiu a Vila?

quinta-feira, dia 31/7, às 19h30

O ator e poeta Carlos Lotto vem à Casa da Palavra conversar sobre sua experiência em “A poesia invade a Vila”, recital de poemas de autores do ABC durante o Festival de Inverno de Paranapiacaba. Lotto surpreendeu o público numeroso dos shows que movimentaram a Vila com a “intervenção” de textos de autores como Luiz Alberto Abreu, Moreira de Acopiara, Dalila Teles Veras, Edson Bueno de Camargo, José Geraldo Neres, Júlio Mendonça, Hélio Neri, Zhô Bertholini, entre muitos outros autores de todas as idades e de todas as cidades da região, permeados por citações que vão da canção popular à poesia concreta. Enfim, um espetáculo difuso colocando a poesia do ABC em destaque. Aproveitando a ocasião, Lotto fará a leitura de alguns textos na Casa, acompanhado pela dupla Marcelo Miranda e Fernanda Ferretti, do Olam Ein Sof (“Mundo dos Infinitos”), um duo de violão que combina heavy metal, música erudita, folk. Sem dúvida, imperdível!

A poesia invade o ouvido

Coordenado pelo ator e poeta Carlos Lotto, o grupo tem por objetivo estimular a leitura pública de poesia, fazendo-a saltar dos livros para os ouvidos e, no mesmo movimento, acender no público a vontade de ir aos livros para procurar mais poesia. Ida e volta. A cada mês, o grupo terá dois encontros de ensaio e uma apresentação aberta ao público em geral, inclusive com músicos convidados. Nos ensaios, Carlos Lotto – que vem com todo o gás de suas apresentações para públicos tão grandes quanto imprevisíveis no Festival de Inverno de Paranapiacaba – ensinará em detalhe a técnica (e a paixão) do recital: desde a escolha do poema até a forma como o leitor deve ocupar o espaço com seu corpo e sua voz, criando uma “atmosfera” propícia à integração com o público por meio da palavra poética. Os ensaios começam em 14 de agosto.
Leitores itinerantes

A Escola Livre de Literatura está selecionando alunos que tenham interesse em participar do projeto Leitores Itinerantes, parceria da ELL com a Gerência de Bibliotecas, que circulará nove bibliotecas ramais e a distrital da cidade apresentando grandes autores de nossa literatura. O projeto visa fomentar atividades culturais nos bairros e nas bibliotecas e difundir as atividades de formação da Escola Livre de Literatura. Como conseqüência, transforma os alunos da ELL em “multiplicadores” e forma público para as diversas atividades da Casa da Palavra. Todas as atividades ocorrerão em setembro, outubro e novembro. Serão selecionados 10 alunos, que receberão ajuda de custo.

Atenção: as inscrições vão apenas até 2 de agosto.

terça-feira

Núcleos de criação literária

Inscrições abertas para os Núcleos de Criação e Crítica Literária.
(Início em agosto)

Telefone: 011 4992-7218
casadapalavra@santoandre.sp.gov.br
Praça do Carmo, 171, Centro
Cep 09010-020,
Santo André - SP


Oficina de Criação - Prosa com Marçal Aquino.
Marçal Aquino nasceu em Amparo, no interior paulista, em 1958. Jornalista, atuou como revisor, repórter e redator, com passagens pelos jornais O Estado de S.Paulo e Jornal da Tarde. Atualmente, trabalha como jornalista free-lancer. Autor de ficção adulta e juvenil, recebeu diversos prêmios por seu trabalho literário, como o primeiro lugar na categoria conto da 5ª Bienal Nestlé de Literatura (1991) e o Prêmio Jabuti (2000).

Seu trabalho em cinema inclui a roteirização de textos de sua autoria (Os Matadores, Ação entre Amigos, O Invasor e O amor e outros objetos pontiagudos) e o desenvolvimento de roteiros originais (Nina). A convite do Sundance Institute, atuou como consultor no IV Laboratório de Roteiros Sundance/RioFilme, realizado em 2000.
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Oficina de Criação - Poesia com Fabio Weintraub

Fabio Weintraub formou-se em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Porém, trabalhou pouco tempo nessa área, e passou a se dedicar à literatura e à edição de livros. Fez parte do grupo paulista de poesia Cálamo. Publicou Toda Mudez Será Conquistada (1992); Sistema de Erros (1996), com o qual ganhou o prêmio literário Nascente, promovido pela USP e editora Abril. Novo Endereço (2002), sua obra seguinte. Em 2003, a obra Novo Endereço recebeu o prémio especial "Embajada de Brasil" do Prémio Casa de las Américas na categoria "Literatura brasileña". Em 2004, foi publicada a edição bilíngüe, em português e espanhol (com tradução da escritora cubana Lourdes Arencibia) de "Novo endereço", desta vez com parceria da Casa de las Américas. Em 2006, ganhou Bolsa de Incentivo à Criação Literária do Governo do Estado de São Paulo, na categoria poesia. Até 2003, na Nankin Editorial coordenou a coleção de poesia Janela do Caos e publicou também os dois últimos livros de Hilda Hilst, "Estar sendo ter sido" e "Cascos e carícias". Foi colaborador das revistas literárias Cult, Jandira e Cacto. Atualmente, é um dos editores de K Jornal de Crítica.

quinta-feira

Lançamento de idéias: livros ao vento.


O Livros ao Vento trouxe no último encontro o escritor Eduardo Sterzi, falando sobre Dante Alighieri.

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Por Que Ler Dante
EDUARDO STERZI
Por que ler Dante, de Eduardo Sterzi começa in medias res, como se diz em teoria literária, isto é, no meio da ação. Ação, aqui, vai no sentido literal, pois se trata da travessia de um pântano a cavalo por um embaixador, em meio a uma guerra envolvendo várias potências. O embaixador, que se chama Dante Alighieri, morrerá no decurso (e em função) da viagem, provavelmente de malária. Partindo do seu fim, o livro traçará então a biografia de Dante juntamente com a recepção de sua obra, cuja vida autônoma começa na morte do autor. Para, então, debruçar-se diretamente sobre ela (incluindo a bibliografia comentada da seção Estante). Uma síntese envolvente de um dos nomes mais fundamentais da história da literatura.
Editora: Globo
Ano: 2008

segunda-feira

revista modo de usar & co.


A revista Modo de Usar & Co manifesta-se de duas maneiras: como revista impressa (Livraria Berinjela), dedica-se à poesia-escrita. Como revista eletrônica, dedica-se à poesia sonora e visual, em vídeo, e também escrita. Editada por Angélica Freitas, Fabiano Calixto, Marília Garcia e Ricardo Domeneck. (texto retirado do site da revista)
revista modo de usar & co.
vale a pena conferir!

Mapa Cultural Paulista

Frequentadores da Casa da Palavra abocanham
Mapa Cultural de São Paulo
por Rosana Banharoli
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Reinaldo Meneguim
Frequentadores da Casa da Palavra, em Santo André, abocanham o Mapa Cultural de São Paulo na expressão Literatura, na edição do concurso de 2007/2008, nas três categorias: Poesia, Crônica, Conto e, de quebra, duas menções honrosas em poesia.
Os vencedores são todos do Grande ABC, sendo quatro de Santo André e um de Diadema.

Confiram:

Poesia Beth Brait Alvim – In Paix;
Conto José Geraldo Neres – O silêncio entre vozes;
Crônica Lara Pezzolo Fidelis – Armazém de Aromas.
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As menções honrosas são de:

Elise de Oliveira Garcia – Belos e Malditos e
Rosana Banharoli – Ninho.

O Mapa Cultural , que abrange todo o estado de São Paulo, dividido em 13 regiões, premiará os vencedores, individualmente, com R$1.000,00, troféu e 50 exemplares da edição do livro- catálogo, desta mostra, exceto as menções honrosas que são da etapa regional.

terça-feira

Projeto Promotoras Legais Populares

Um projeto de cidadania com sexo, raça/etnia, orientação sexual e classe social

O acesso à cidadania e suas conseqüências práticas exigem a incorporação de novos conceitos de igualdade e respeito onde as mulheres tenham tanta importância quanto os homens no seu valor humano, social, político e econômico. O Promotoras Legais é um projeto que traz no seu bojo traços dos ideais de justiça, democracia e dignidade, a defesa dos direitos humanos e a construção de relações igualitárias e justas. Tem possibilitado a criação de novos espaços de união e articulação que abrem caminhos e rompem barreiras contra a discriminação e a opressão.

Para maiores informações, as promotoras de Santo andré se encontram toda quarta às 18h na Casa da Palavra.

sexta-feira

Inscrições para os Núcleos de criação literária

Coordenados por alguns dos principais escritores da atualidade, os Núcleos de criação literária têm o intuito de reunir grupos de até 30 participantes para “pôr a mão na massa” da produção de poesia e prosa, a partir da leitura de textos exemplares e da discussão dos seus próprios textos, durante 4 encontros quinzenais, sempre aos sábados, das 10h30 às 13h. Atualmente, acontecem os seguintes Núcleos:

Poesia (1), com Heitor Ferraz Mello
encontros: 7 de junho, 21 de junho, 5 de julho e 19 de julho

Heitor Ferraz Mello (Puteaux, França, 1964) é poeta e jornalista. Passou a infância em São José dos Campos e, aos 11 anos, mudou-se para São Paulo. Jornalista, formado pela PUC-SP, colaborou em diversos jornais e revistas da capital paulista, tendo sido editor de livros. É mestre em literatura pelaUSP, com dissertação sobre o poeta Francisco Alvim, O Rito das calçadas – a poesia de Francisco Alvim. Ferraz Mello estreou em 1996 com o volume de poemas Resumo do Dia (antes chamado Couro de Sapo). Depois disso, publicou mais quatro coletâneas de poesia: A Mesma Noite (1997); Goethe nos Olhos do Lagarto (2001); Hoje Como Ontem ao Meio-Dia(2002); e Pré-Desperto (2004). No mesmo ano deste último livro, saiu Coisas Imediatas [1996-2004], uma reunião de todos os cinco títulos do autor. Foi ganhador da Bolsa Vitae em 2000/2001.




Prosa (1), com Luiz Ruffato
encontros: 14 de junho, 28 de junho, 12 de julho e 26 de julho

Luiz Ruffato é mineiro (Cataguases, 1961). Formou-se em tornearia-mecânica no Senai de Cataguases (1977) e em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1981). Nesta profissão, em São Paulo, fez carreira no Jornal da Tarde, a partir de 1990, encerrando suas atividades em abril de 2003, quando passou a se dedicar exclusivamente à literatura, como escritor. Como escritor, publicou seu primeiro livro em 1998, Histórias de remorsos e rancores; o segundo em 2000, os sobreviventes, que ganhou uma Menção Especial no Prêmio Casa de las Américas, de Cuba; o terceiro em 2001, Eles eram muitos cavalos, Prêmio APCA, Prêmio Machado de Assis de Narrativada Fundação Biblioteca Nacional e indicação para o Prêmio Jabuti; o quarto e o quinto em 2002, As máscaras singulares – poemas – e Os ases de Cataguases – ensaio. Eles eram muitos cavalos virou peça de teatro em 2003 (Mire veja, pela Companhia do Feijão, Prêmio APCA e Prêmio Shell) e está publicado na Itália (Milano, Bevivino Editore, 2003), na França (Paris, Métailié,2005) e Portugal (Espinho, Quadrante, 2006). Em 2005, publicou Mamma, son tanto felice e O mundo inimigo, os dois primeiros títulos do Inferno provisório, série composta por cinco volumes, que tenta compor a história da industrialização do Brasil, a partir do ponto de vista do trabalhador urbano. Com uma bolsa da Fundação Vitae escreveu o terceiro volume, Vista parcial da noite, publicado em 2006. Mamma, son tanto felice e O mundo inimigo receberam o Prêmio APCA de melhor ficção de 2005 e o primeiro, com o título de De gens heureux, acaba de ser publicado na França(Métailié).
informe-se:
Telefone: 011 4992-7218

quinta-feira

Livros ao vento: lançamentos de idéias

O escritor Nelson de Oliveira participou do Livros ao vento onde apresentou suas idéias sobre ler, escrever e publicar reunidas no livro A oficina do escritor (Ateliê, 2008).
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O cearense Costa Senna participou do Livros ao Vento no dia 26 de junho falando do livro Caminhos diversos: sob os signos do cordel . Costa Senna é um mestre dessa arte. Desde 1990, vive em São Paulo criando uma poesia que é prova cabal da versatilidade desse homem arretado. Nem rural, nem urbano, Senna tem um pé na tradição e outro na modernidade: alia características e temas típicos do cordel com a experiência de vida na metrópole.
Nos poemas desta antologia organizada por Marco Haurélio Fernandes Faria, Senna canta a metrópole caótica e seus personagens, que correm apressados, mas não conseguem fugir do olhar às vezes cômico, às vezes trágico do poeta.

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segunda-feira

Música & Psicanálise - O canto do gozo

Na última sexta, dia 25, nossa 1ª experiência com Música e Psicanálise trouxe ao comando dos psicanalistas Igor A. da Mota e Thiago Sanches, as várias formas de prazer e gozo a partir de Freud e Lacan. Para denotar o assunto, um diálogo com músicas da MPB no piano da Casa.

fotos por José Carlos

sexta-feira

Sinta-se em casa, que a Casa é sua!

Em 2008, a ELL e a Casa da Palavra estão oferecendo as seguintes atividades:

Núcleos

Núcleos de Criação Literária (saiba mais) - Têm o intuito de reunir grupos de até 30 participantes e incentivar a produção de poesia e prosa, a partir da leitura de textos exemplares e da discussão dos seus próprios textos, durante encontros quinzenais, coordenados por importantes autores contemporâneos. Os encontros acontecem sempre aos sábados.

Núcleo de Crítica Literária (saiba mais) – A primeira edição deste Núcleo promove o estudo da obra de Machado de Assis e da crítica literária escrita sobre ela, como uma forma de aproximação dos alunos com a atividade crítica, objetivando que os próprios alunos venham a escrever textos críticos sobre a literatura contemporânea. A partir de 21 de agosto, quinzenalmente, às quintas-feiras, às 19h30.

Núcleo Oralidade Poética (saiba mais) - Grupo de leituras coletivas ampliadas pela experiência sensório-corporal da palavra, coordenado pela atriz Monica Rodrigues. Os encontros são semanais, aos sábados, às 10h.

Núcleo Laboratório da Escrita (saiba mais) - Baseado na experiência do grupo francês Oulipo, o grupo se dedica ao estudo de novas possibilidades literárias, sob a coordenação dos poetas Marcos Ferraz e Silvia Cabrera. Os encontros são quinzenais, aos sábados, às 15h.

Cursos & Palestras

Capítulos da Literatura Brasileira (saiba mais) – Curso aberto de história da Literatura Brasileira, com aulas independentes que partem da obra dos jesuítas e abrangem até a produção dos poetas marginais dos anos 1970, passando pelos pontos mais altos da nossa literatura, como Machado de Assis, Guimarães Rosa e Carlos Drummond de Andrade. Os encontros acontecem sempre às segundas, às 19h30.

A Literatura e as Humanidades (saiba mais) - Ciclo de conferências com alguns dos principais críticos brasileiros da atualidade, tratando em profundidade das relações da Literatura com as chamadas Humanidades. As conferências são mensais, aos sábados, às 15h.

Encontros Órficos - Encontro de leitura e criação poética com Roberto Piva, um dos principais poetas brasileiros do século XX, autor de livros fundamentais, como Paranóia e Um estrangeiro na legião. Os encontros são mensais, aos sábados, às 15h.

Grupos de Estudo

Grupos de Leitura e Reflexão (saiba mais) – A cada mês, os participantes se organizam para ler, debater, estudar textos fundamentais de teoria e de crítica de literatura, a fim de aprofundar a reflexão sobre o fazer literário. Encontros semanais, às terças, às 19h30.

Mitologias Ocidentais - Grupo de estudos dos mitos e tradições do Ocidente, sob coordenação do bibliotecário Miguelito Oliveira Santos. Os encontros são semanais, às quartas, às 19h30.

Novas Atividades

A poesia invade o ouvido – A atividade tem por objetivo estimular a leitura pública de poesia, fazendo-a saltar dos livros para os ouvidos e, no mesmo movimento, acender no público a vontade de ir aos livros para procurar mais poesia. Ida e volta.
A cada mês, o grupo tem dois encontros de ensaio e uma apresentação aberta ao público em geral, inclusive com músicos convidados. Nos ensaios, o coordenador Carlos Lotto, ator e poeta, ensinará em detalhe a técnica (e a paixão) do recital: desde a escolha do poema até a forma como o leitor deve ocupar o espaço com seu corpo e sua voz, criando uma “atmosfera” propícia à integração com o público por meio da palavra poética. Os ensaios começam em 14 de agosto.

Leitores Itinerantes – Parceria da ELL com a Gerência de Bibliotecas, para formar grupos que circularão nove bibliotecas ramais e a distrital da cidade apresentando grandes autores de nossa literatura. O projeto visa fomentar atividades culturais nos bairros e nas bibliotecas e difundir as atividades de formação da Escola Livre de Literatura. Como conseqüência, transforma os alunos da ELL em “multiplicadores” e forma público para as diversas atividades da Casa da Palavra.

Como participar:
Todas as atividades (cursos, grupos, núcleos etc.) são gratuitas. As inscrições prévias são necessárias apenas para os núcleos. A idade mínima é, preferencialmente, 16 anos. A escolaridade exigida é variável conforme os cursos oferecidos.
*Texto retirado do site oficial da Prefeitura de Santo André (visite).

Escola Livre de Literatura / Casa da Palavra
Praça do Carmo, 171 - Centro
Telefone: 4992.7218

terça-feira

Conselho Municipal de Cultura de Santo André – Comissão de Literatura

A última reunião do pessoal, na Casa (03/04), foi muito produtiva. Isto porque Zhô Bertholini e Jurema Barreto de Souza (editores de A Cigarra) não abandonaram a nova comissão, em formação, Vanessa Molnar Maluf e Rosana Banharoli. A dupla dinâmica, para aqueles que ainda não sabem, foram os nossos representantes junto ao Governo, nos últimos 4 anos.

Esta chapa vem com a proposta de confluência com seus antecessores, pois estes realizaram inúmeros projetos em prol da cultura municipal, com ênfase na Literatura . A nova comissão (ainda não empossada) se compromete a dar continuidade aos projetos, criados por eles. que não saíram do papel, devido ao tempo burocrático de açãos e, ainda colocar em prática, outros tantos. Mesmo sem a formalidade da posse esta comissão já está em plena atividade, com reuniões regulares.

Participam efetivamente Jô Barranova, Conceição Bastos, Mábia Oliveira e Gerber de Sá , todos escritores da ELL, além é claro, de Zhô e Jurema, respeitados membros da comunidade literária e supersolícitos com todos os presentes e suas dúvidas. Esta equipe vem pra somar. Aguardem!

por Rosana Banharoli

quinta-feira

Grupo de Estudos Sobre a Mitologia

Quarta dia 26 de março - segundo dia de encontro do Grupo de Estudos sobre Mitologia.

Módulo: Mitologias Ocidentais
Toda quarta das 19h30 às 21h30
Coordenação: Miguelito Oliveira Santos

sábado

É assim que se fala!

a cidade e a cidadania pedem a palavra

Ciclo de debates entre rappers, prosadores, jornalistas, poetas, pesquisadores, blogueiros que descobriram no uso da palavra uma forma efetiva de exercício da cidadania e, assim, de ajudar na sempre inacabada construção de um mundo melhor.
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No último encontro estiveram presentes a artista plástica Lúcia Rosa e a poeta Dalila Teles Veras que falarem sobre suas experiências no uso da palavra como instrumento de registro e de transformação da realidade.

Lúcia Rosa é coordenadora do projeto Dulcinéia Catadora, um coletivo formado por catadores e seus filhos, além de outros colaboradores, que se dedica à edição artesanal de livros com a utilização de material reciclado, como uma forma de valorizar o trabalho dos catadores (segue abaixo, no fim da mensagem, o link de uma boa matéria sobre o projeto).

Dalila Teles Veras é poeta, diretora da livraria e editora Alpharrabio, de Santo André, autora de diversos livros de poesia, reunidos em parte no volume À janela dos dias, e de várias outras obras, incluindo um diário, Minudências, e duas reuniões das crônicas que escreveu regularmente no Diário do Grande ABC, A vida crônica e As artes do ofício.



A Literatura e as Humanidades

Aos sábados, 15h

Até que ponto as ciências humanas podem ajudar a ler a prosa e a poesia? Até que ponto a literatura pode ajudar a compreender e avançar com as ciências humanas? Um ciclo de conferências com alguns dos principais críticos brasileiros da atualidade colocará os leitores de perto com questôes que têm intrigado os leitores de todos os tempos.


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06 de setembro
Literatura e Filosofia

com Márcio Seligmann-Silva, professor da Universidade de campinas (UNICAMP) autor de Ler o livro do mundo, O local da diferença e Adorno (Folha Explica)
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o4 de outubro
Literatura e Antropologia

com Luiz Gustavo Freitas Rossi, mestre e doutorando em Antroplogia Social pela Universidade de Campinas (UNICAMP), com estudo sobre a obra de Jorge Amado, As cores da revolução: a literatura de Jorge Amado nos anos 30.
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01 de novembro
Literatura e Teologia

com Waldecy Tenório de Lima, professor da Pontífica Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e da Universidade de São Paulo (USP), autor, entre outros, de A bailadora andaluza: explosão do sagrado na poesia de João Cabral.

Laboratório da Escrita 2008

UM CONVITE AO JOGO
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Atuando desde 2003 na Casa da Palavra, o L. E. (Silvia Cabrera&Marcos Ferraz) traz a temática do grupo francês OULIPO, criado na década de 60 com a produção literária baseada em contraintes (regras e restrições). Tendo como fundador Raymond Queneau, possui em seus quadros autores como Georges Perec, Italo Calvino, Jacques Roubaud.

Em 2008, o L. E. propõe um mergulho na obra "Seis propostas para o próximo milênio" de Italo Calvino, um conjunto de palestras que o autor preparou para um curso de extensão na Universidade de Harvard, em 1985, abordando as seis qualidades que ele considerava desejáveis para a literatura do nosso milênio. Em seguida, um estudo sobre "Regras e Jogos, Acaso e Caos", e por fim, a sua aplicabilidade na criação literária, com base no método oulipiano.O L. E. ocorre quinzenalmente aos sábados, a partir das 15 horas.


Os trabalhos dos participantes e outras discussões complementares encontram-se no fórum: http://laboratoriodaescrita.ning.com/

Núcleos de Criação Literária

Coordenados por alguns dos principais escritores da atualidade, os núcleos de crição literária têm o intuito de reunir grupos de até 30 paticipantes para a produção de poesia e prosa, apartir da leitura de textos exemplares e da discussão dos seus próprios textos, durante 4 encontros quinzenais.
As inscrições para os primeiro núcleos estão abertas:
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Poesia(1) - com Heitor Ferraz de Mello
encontros: 7 de junho, 21 de junho, 5 de julho e 19 de julho
Heitor Ferraz de Mello - poeta, jornalista, mestre em literatura pela PUC. Publicou o volume de poemas Resumo do Dia (1996), A mesma noite (1997), Goethe nos olhos do lagarto (2001), Hoje como ontem ao meio dia (2002), Pré-desperto e Coisas inéditas (2004). Ganhador da bolsa Vitae em 2000/2001
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Prosa(1) - com Luiz Ruffato
encontros: 14 de junho, 28 de junho, 12 de julho e 26 de julho
Luiz Ruffato - escritor, jornalista. Publicou os sobreviventes (2000), menção especial no prêmio Casa das Américas, de Cuba. Eles eram muitos cavalos (2001), prêmio APCA, Prêmio Machado de Assis de Narrativa, indicação para o prêmio Jabuti, transformado em peça pela Companhia do Feijão e publicado na Itália (Bevinino Editore, 2003), França (Métailié, 2005) e Portugal (Quadrante, 2006). As máscaras singulares - poemas, e Os ases de Cataguases - ensaio (2002), em 2005 Mamma, son tanto felice (publicado na França em 2007 pela editora Metailié) e O mundo inimigo, os dois primeiro títulos do inferno provisório, série de cinco volumes da História da industrialização no Brasil. Vista parcial da noite (2006), terceiro volume da série. De mim já nem se lembra (2007).

sexta-feira

P&P

Toda sexta-feira às 19h30 acontece o P&P (Piano e Poesia) na Casa da Palavra com a pianista Fabiana Paino. Todos estão convidados.


por Jo Barranova

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Mitologias
quarta 19 de março

19h30 chega o pessoal para o núcleo de estudo. Gente de Diadema, São Bernardo, São Paulo e, claro, Santo André. Já formamos um grupo de 15 pessoas e tem mais 16 para chegar. Na maior fome começamos: uma sipnose de algumas mitologias (judaicas, celtas, hindu, japonesa, greco-romana, nórdica e etc.) e o pessoal já ficou instigado. Foi colacado o filme Fúria de Titãs pra ilustrar o assunto e com uma boa narratica fomos familiarizados com os deuses gregos. Semana que vem serão as deusas, uma pequena tarefa paras os participantes. Não percam!

por José Carlos

domingo

Vozes de Meninas


Em homenagens ao Dia da Mulher e da Poesia, a Casa da Palavra apresentou três eventos seqüenciais de alto nível literário. Durante toda a semana (08/15) a Casa sediou exposição de poetisas contrastando os universos conhecidos e novos. Poetas como Silvia Plat, Cecília Meireles estiveram ao lado das recém-premiadas da Casa, em concursos literários como Elise Garcia, Rosana Banharoli e Beth Brait Alvim presenteando a mostra com trabalho inédito, ainda sem título.

Complementando este evento, tanto os visitantes da Exposição Feminina de Poetas , quanto os transeuntes da cidade receberam canudos com poesias impressas das autoras da mostra.


O ciclo de homenagens foi encerrado, na sexta(14), com Vozes de Meninas, iniciativa do poeta Hélio Neri, quando as autoras Jurema de Souza (poeta e editora da revista A Cigarra), Greta Benitez (escritora e poeta, autora do livro Café Expresso Blackbird, editora Landy, 2006) e Vanessa Molnar Maluf (prêmo PAC 2007 com o livro Crônicas de uma tara gentil a ser lançado em agosto pela editora Escrituras) leram textos seus e de outras escritoras.


A confluência dos três eventos, no espaço da Casa da Palavra garantiu ao público presente, aconchego, em noite fria de despedida do verão, regada a boa literatura, vinho e guloseimas.

por Rosana Banharoli
e Jo Barranova

sexta-feira

Gerber de Sá

PALAVRAS em NÉVOA

Paranapiacaba
cabe num poema...?

a cortina de névoa
que abraça as tardes e...
aquece os corações das lareiras
cabe num poema...?

os trilhos gélidos
que destinam os passos do trem
cabem num poema...?

os traços retilíneos
da antiga Londres
que ofuscam a retina e...
desaparece no olhar
cabem num poema...?

os lábios
secos pelo vinho
embriagados
em lágrimas de solidão
cabem num poema...?

Para
na
pi
acaba... num poema.
Paranapiacaba é um poema!

Gerber de Sá (15/07/07)




EXTRAIR

escalo teus picos
duros
lambendo o sal das horas
as pétalas se abrem exaurindo da flor
o perfume
a cor
enquanto o cálice exala a ausência
do vinho.

Gerber de Sá (08/02/08)

segunda-feira

Hildebrando Pafundi

Escritor e jornalista, com participação em antologias de crônicas e contos e co-autoria em outros livros. Autor dos livros de contos "Tramas & dramas da vida urbana", e "No ritmo sensual da dança" editados em setembro de 2004 e 2006, respectivamente; "Cotidiano e imaginário do ano 2000 (diário), editado em 2007. Leia minha coluna, Esquina Descontraída, no jornal virtual Clique ABC.






Gatos & ratos

A noite surgiu negra e tenebrosa, enquanto o negro gato dormia, no quarto branco, onde havia um rato preto e uma ratazana branca, igual a essas utilizadas para pesquisas e experiências de laboratório.
O rato preto gostou da rata branca. Ela também gostou do parceiro pretinho, prova que entre os ratos não existe qualquer preconceito racial de cor, como costuma ocorrer em alguns países entre os seres humanos.
Mas os grunhidos de amor dos ratos, parecidos com os de um casal de javalis, acordaram o gato preto, que miou contra a noite sem estrelas.
Miado grosso, porém carinhoso, chamando a companheira, a bonita gata branca, que estava no cio.
Depois do delicioso ato sexual, o gato e a gata, que também não tinham preconceito de cor, jantaram o casal de ratos.
Março 2001 - publicado no livro de contos de Hildebrando Pafundi, “Tramas & dramas da vida urbana”, Elosul Editora/2004.

Promessa de Vingança

"Brasil! Um país rico, culto, sonhador e
pobre, mas onde se oculta toda riqueza
cultural que ainda sobrou neste Planeta".
(Gilberto Lopes Teixeira, 1983)**
Zé de Freitas e seu filho Severino encontraram naquela favela de São Bernardo do Campo o local ideal para morar, depois que Maria de Freitas, mulher do Zé, fugiu com outro e eles foram despejados. Ele ficou desempregado, passou a viver de bicos e deixou atrasar o aluguel por vários meses. Apesar da miséria, dos riscos de desabamento do barraco de madeira e da falta de uma mulher na vida dos dois, eles iam levando a vida.
Mas, na realidade, outras coisas importantes faltavam para eles e para a comunidade, que vivia naqueles pouco mais de 50 barracos, erguidos na beira de um córrego poluído ou pendurados em barrancos. Não havia posto de saúde, nem saneamento básico. O esgoto corria a céu aberto. Ambulância ou qualquer outro tipo de veículo não conseguia entrar na favela, porque as vielas eram muito estreitas. O carro-pipa da Prefeitura parava na rua de baixo e ali os moradores iam busca água com baldes de plástico, de alumínio, latas e outros tipos de vasilhas. Os doentes eram levados em macas até o local onde a ambulância conseguia chegar. A polícia também dificilmente aparecia por lá. Energia elétrica tinha, embora fosse clandestina, puxada diretamente dos postes da Eletropaulo para os barracos. Os moradores chamavam essas ligações de gambiarras ou "gatos". As crianças menores, que não podiam freqüentar escola, porque ficava muito longe da favela, não tinham local para suas brincadeiras.
Everaldo, ovelha negra da favela, traficante de drogas e briguento, um dia aplicou uma tremenda surra no Zé de Freitas, por causa de uma pequena dívida. Um empréstimo para a compra de remédios para o filho e que ainda não conseguira pagar. Zé de Freitas prometeu vingança. Porém, como estava muito velho, passou a incumbência ao filho Severino:
--- Quando você crescer, filho, vinga essa desfeita.
Anos mais tarde, quando o pai já havia morrido, Severino se armou de uma faca bem afiada e foi procurar Everaldo. Encontrou-o bebendo cachaça com amigos em um boteco da favela.
--- Everaldo, quero falar contigo, disse.
Everaldo saiu do bar, risonho, esquecido da antiga briga com o falecido Zé de Freitas. Severino, com um sorriso nos lábios cumprimentou o valentão, que nem percebeu que o outro estava armado. A faca afiada penetrou no pescoço e depois no peito de Everaldo, que sem ser socorrido, morreu numa poça de sangue.
Mas Everaldo também tinha um filho, Pedro, com 18 anos, que prometeu vingar a morte do pai. Deixou a barba crescer, como sinal de revolta, e disse que só iria raspar depois de matar Severino, que havia desaparecido da favela. A barba foi crescendo e, quando estava muito longa, três anos depois da promessa, um belo dia, ele apareceu de cara limpa. Havia raspado a barba, como quem tira um peso da consciência, mas, na realidade, um disfarce. Vingara a morte do pai. E agora era um assassino, mas a policia procurava um homem alto, de barba longa, aparentando cerca de 30 anos. E Pedro, agora sem barba, era um jovem, que aparentava a idade que tinha: 21 anos.
Desapareceu da favela sem deixar pistas.
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Este conto foi premiado entre os dez melhores no Concurso de "Contos José Antonio Riani", da Academia de Letras da Grande São Paulo em 1999 e publicado em coletânea dos classificados pela Scortecci Editora em 2000.
** Gilberto Lopes Teixeira, sobrinho do autor, escreveu essa frase quando tinha 15 anos de idade. Hoje é professor universitário, mestre e doutor em História, formado pela USP, leciona na Fundação Santo André e em outras faculdades.

sábado

Livros na Casa

Empréstimo e outras informações:
Casa da Palavra, Praça do Carmo, 171, Centro - Santo André
telefone: 011 4992 7218
Falar com José Carlos

Leia:

COTIDIANO E IMAGINÁRIO Do ano 2000
Autor : HILDEBRANDO PAFUNDI
Editora: W/2007

Resultado de um acordo entre escritores, na Alfharrabio, espaço literário, em Santo André, Cotidiano e Imaginário, diário do ano 2000, mescla acontecimentos da vida particular do autor com os da cidade, da região do Grande ABC e em todo o País, no que foi o primeiro ano do séc.XXI, ou do último do séc.passado. Há divergências.Além de ser um registro(quase oficial) da temperatura e acontecimentos impactantes de todos os segmentos – a maior parte das informações são extraídas do períodico local, Diário do Grande ABC - ,o diário apresenta de forma poética os desdobramentos da vida do jornalista, escritor e membro atuante em vertentes sócioeconômicaculturais sem deixar que os embates cotidianos lhes tirassem os prazeres das manifestações familiares, narradas em detalhes triviais e minimalistas.Recomendado para aqueles que desejam revisitar este ano emblemático de nossa história e que, também, precisam de referências do viver bem por um cidadão de bem.

Outras obras: Trama & dramas da vida urbana(contos), editora Elosul/2004
No ritmo sensual da dança(contos), editora W/2006
Inéditas: Antes que falhe a memória(crônicas)
Janela da liberdade e outras histórias(infanto-juvenil)
por, Rosana Banharoli

AS HORAS NUAS
Autor: TELLES, LYGIA FAGUNDES
Editora: ROCCO

"Recentemente, estava eu a folhear alguns dos livros de Lygia Fagundes Telles que desde há muito me acompanham na vida, a afagar com os olhos páginas tantas vezes soberbas, quando me detive nessa verdadeira obra-prima que é o conto Pomba Enamorada. Reli-o uma vez mais, palavra a palavra, sílaba a sílaba, saboreando ao de leve a pungente amargura daquele mel." José Saramago



CONTOS REUNIDOS
Autor: FONSECA, RUBEM
Editora: COMPANHIA DAS LETRAS

Estendendo-se por um período de mais de trinta anos, 'Contos reunidos' contém praticamente todos os contos escritos por Rubem Fonseca de 1963 até 1994. Com apresentação do professor Boris Schnaiderman, Contos reunidos permite conhecer a trajetória desse autor que soube aliar os recursos do romance policial, do jornalismo e do documento científico ao lirismo mais surpreendente e desesperado, para renovar profundamente a forma do conto entre nós.


A REDOMA DE VIDRO
Autor: PLATH, SYLVIA
Editora: RECORD

Fugindo do que seria um obra de literatura confessional, a autora cria um romance de qualidade excepcional, centrado no processo de desintegração mental de sua heroína, promovido pelas mais diversas manifestações do chamado "senso comum".






ELES ERAM MUITOS CAVALOS
Autor: RUFFATO, LUIZ
Editora: BOITEMPO EDITORIAL

Durante um único dia, 09 de maio de 2000, o autor percorre a cidade de São Paulo tentando desvendá-la. Não apenas os engarrafamentos, parques ou dinheiro correndo por entre os conglomerados econômicos. Ele decifra cada dia, minuto e segundo da metrópole marcada pela diversidade humana - mosaico composto por gente de todo o Brasil.




DENTRO DA NOITE VELOZ
Autor: GULLAR, FERREIRA
Editora: JOSE OLYMPIO

Dentro da noite veloz' traz um Gullar preocupado com a necessidade de mudanças radicais no país. Sem fazer concessão ao panfletário, o poeta vence, com maestria inigualável, a traiçoeira vertente da poesia com matiz político-social.O livro resulta do caminho percorrido pelo autor na tentativa de realizar uma poesia que, tratando das questões sociais e políticas, mantivesse a qualidade literária.



PANTALEÃO E AS VISITADORAS
Autor: VARGAS LLOSA, MARIO
Editora: ALFAGUARA BRASIL

'Pantaleão e as visitadoras' conta a história de Pantaleão Pantoja, um capitão recém-promovido do exército, que recebe uma missão inesperada - criar um serviço de prostitutas para as Forças Armadas do Peru isoladas na selva amazônica, dentro do mais absoluto sigilo militar. O capitão tem que se mudar para Iquitos, se manter afastado dos demais militares, usar trajes civis e, acima de tudo, não contar nada à mãe e à mulher. É obrigado a trabalhar nas madrugadas, bebendo em bares infectos, e cuidar do empreendimento com personagens insólitos. Em pouco tempo o que era uma missão discreta se transforma no maior empreendimento de prostitutas do país, virando do avesso à vida de Iquitos e do próprio Pantaleão, que, como se não bastassem os problemas familiares, se verá envolvido com uma bela e insinuante visitadora.

NADJA
Autor: BRETON, ANDRE
Editora: COSAC NAIFY

Título-chave no contexto surrealista e narrativa mais importante de André Breton, formando uma trinca com 'Les vases communicants' (1932) e 'L'amour fou' (1937), este romance, escrito em 1928, encena o encontro entre realidade e fantasia, característica desta vanguarda. Num local freqüentado por prostitutas e cartomantes, o narrador mergulha na convivência efêmera e tumultuada com a personagem-título, em meio ao labirinto urbano parisiense. Nadja, uma encarnação contemporânea do enigma e do mito, representa o princípio de liberdade em forma feminina e uma porta para além da banalidade. A atmosfera onírica registra os fragmentos do dia-a-dia em imagens produzidas a partir de destroços da realidade imediata, que buscam a correspondência dos objetos cotidianos com o mundo interior.

Rosana Banharoli

Rebento dos anos 60. Nasci sob a epifânia dos Reis Magos, na hora mágica –, meia-noite. Bênçãos confluídas: céu e inferno; sagrado e profano; auroras e raios.
Meu nome? – Rosana Banharoli
(rosana_banharoli@hotmail.com)











Abandono


Tenho um buraco de bala em meu seio, onde alimento teu pássaro, faminto de redenção.Respiro por fumaças embotadas, expelidas por chaminés de meus vazios.Mesmo sem te ver, ouço seu cheiro em blues.Tapetes,mesas,sofás e ladrilhos do quintal, livres de crianças, transpiram em cavalgadas por caminhos sepultados.Mergulho na escuridão!Mordo seus dentes e engulo sua existência com miligramas de imipramina.

sexta-feira

CAPÍTULOS DA LITERATURA BRASILEIRA

Toda segunda, às 19h30

Os Capítulos da literatura brasileira constituem, com aulas independentes, um curso aberto de literatura brasileira, a ser ministrado por diversos professores ligados a universidades como Fundação Santo André e USP, de maio a dezembro.

Partindo da obra dos Jesuítas, os Capítulos abrangem até a produção dos poetas marginais dos anos 1970, passando pelos pontos mais altos de nossa literatura, como Machado de Assis, Guimarães Rosa e Carlos Drummond de Andrade.



Em agosto

dia 25: Lima Barreto e o romance social
- Prof. Juarez Donizete Ambires

Em setembro
dia 1: A Semana de 22: modernismo à brasileira
- Profa.Tatiana Longo Figueiredo

dia 8: Os Andrades: Mário e Oswald
- Profa. Tatiana LongoFigueiredo

dia 15: Monteiro Lobato
- Profa. Clarice Assalim

dia 22: Manuel Bandeira e a poesia modernista
- Prof. MarcosAntonio de Moraes

dia 29: O romance regionalista
- Prof. Marcos Antonio deMoraes

Em outubro
dia 6: Otto Lara Resende
- Prof. Juarez Donizete Ambires

dia 13: João Guimarães Rosa
- Prof. José Marinho do Nascimento

dia 20: Murilo Mendes
- Prof. José Marinho do Nascimento

Em novembro
dia 3: Clarice Lispector
- Profa. Maria de Lourdes RueggerSilva

dia 10: Carlos Drummond de Andrade
- Prof. Sérgio Alcides

dia 17: João Cabral de Melo Neto
- Prof. Sérgio Alcides

dia 24: A Poesia Concreta e os anos 1960
- Prof. Sérgio Alcides

Em dezembro
dia 1: Prosa de ficção nos anos 1970
- Profa. GabrielaKvacek Betella

dia 8: A poesia marginal: geração mimeógrafo
- Prof. Marco Antonio de Moraes

quarta-feira

Resenhas

História Natural da Ditadura
de Teixeira Coelho
Ed Iluminuras, 2007
História Natural da Ditadura é um livro fora dos padrões da narrativa ficcional, da sociologia ou da filosofia. Nele o leitor é transportado por uma lente vertiginosa: o foco é o século XX e sua teimosa permanência no século atual. O mal-estar, um hábito, subjaz nos temas e na forma da HND, sigla adotada pelo narrador do último capítulo e que opta por não deixar claro se é ou não a voz do próprio autor. Curador artístico do MASP, autor de títulos sobre cultura e arte e de obras tão ou mais inquietantes que esta, como As Fúrias da Mente - viagem pelo horizonte negativo, Teixeira Coelho registra, na HND, cidades e suas marcas históricas, afetivas e poéticas. Lá, personagens e fatos reais se mesclam num sem fim de aproximações e coincidências que deixam de ser coincidências para serem vozes de uma condição inexorável: o permanente estado de exceção em que vivemos. A HND é capaz de gerar muita polêmica sobre arte, política, cultura. Sobre o amor e sobre a vida e, assim, sobre a morte. Trata, portanto, do que é – ou deveria ser - a única questão importante para todos nós. E ainda deixa em aberto uma provocante e indigesta interrogação: 'por que não nos importamos mais?'. Por tudo isto e muito mais, mereceu o 3o lugar do Portugal Telecom 2007.
Beth Brait Alvim
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Nós, os do Makulusu
de José Luandino Vieira.


O livro: Nós, os do Makulusu, de José Luandino Vieira, possui elementos significativos da prosa moderna que o qualificam como obra de arte no sentido utilizado por Walter Benjamin: “uma existência única no lugar onde ele se encontra”. Partindo de um contexto concreto do início das lutas pela libertação de Angola, (implícito no texto) o autor escolhe o recurso da memória para contar a experiência do narrador frente à morte do irmão. A narrativa descontínua está diretamente relacionada à fragmentação da memória e do país. O tiro que inicia o livro desencadeia um processo de desintegração da vida e da identidade do narrador, diretamente relacionada com o momento de mudança pelo qual o país está passando. O recurso à memória da infância, além de permitir uma construção poética de alta densidade ligada ao mundo interior de “Mais Velho”, nos conduz por um passeio pelas ruas de Luanda que transformam essa memória em experiência vivida.
Acompanhamos “Mais Velho” de perto nas suas perambulações pelas ruas e bairros da infância, ruas que também não existem mais, como “Maninho”, o irmão querido perdido na guerra. Acompanhamos “Mais Velho” nas suas reflexões acerca dessa mesma guerra, suas dúvidas e hesitações em relação ao caminho que deve escolher ou deveria ter escolhido nesse processo, no qual não há lugar para heróis, nem para “Maninho” que era “o melhor de nós”.
A opção do autor pela primeira pessoa (própria da memória), a utilização de uma linguagem de matriz popular e a mistura dos pronomes pessoais eu, tu e nosso abolem a tradicional distância entre autor e leitor, entre o narrador e o narrado e transformam o artista em representante do sujeito social coletivo. Há um projeto de igualdade implícito no texto, nas referências as origens diversas dos personagens, como por exemplo, na figura mestiça da cunhada, tão fortemente repetida, não com o intuito de mostrar a diferença, mas a igualdade, ou a possibilidade dela, numa relação direta ao projeto de construção da nação.
A complexidade da obra permite possibilidades múltiplas de análise e interpretação, o que é um sinal evidente da qualidade do livro, dentro dos parâmetros da literatura contemporânea que valoriza a polifonia e a ambigüidade, parâmetros para os quais José Luandino Vieira não deixa nada a dever.

Vanessa Molnar.




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De mim já nem se lembra
Luiz Ruffato

Impressões e comentários

Preâmbulos

Um livro. Cinquenta cartas ( sou doida por cartas). O chamado. Tive medo. Fiquei o dia inteiro entre o livro e o caos do meu quarto.
Será que eu ia aguentar abrir baús, viajar pelos meus subterrâneos, deparar com fantasmas?


O livro
O livro se divide em duas partes:

Parte 1. EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA

a história começa com os primeiros indícios da doença da mãe do narrador, flashs backs: lembranças da infância, da doença do pai, do momento da morte da mãe, da dor no quarto vazio na hora de juntar os pertences daquela que acabou de partir; ocasião em que a caixa com as cartas do irmão, morto anos antes em um acidente de carro, é encontrada sob a cama de casal. Em seguida, lembranças da morte do irmão e o impacto deste fato no cenário familiar.


Comentários:
a leitura dessa primeira parte dá a impressão de que há muita informação, mas ao ler a segunda parte tem-se uma visão geral da arquitetura concebida: que é de entrelaçamento do todo, desta história familiar; na qual a luz incide, em primeiro plano, nas figuras da mãe e do irmão.

Os pontos altos da narrativa se dão nos episódios onde o narrador se locomove entre a agonia final da mãe, a morte e o enterro; a linguagem explode numa densa poesia que tenta traduzir o auge da dor, como nas passagens a seguir:


. quando encontra a mãe nas últimas, no hospital:

...Sussurrei, Mãe? Volveu o corpo e apavorei-me com o terror que li em seu rosto encovado: a morte a contatara antes e desesperada minha mãe procurava agarrar-se ao cordame invisível que nos move e ele desfazia-se podre em suas mãos suadas, ...
...
Mudo, larguei-a desamparada, espectro flutuando no colchão, e ganhei célere a alameda de oitis, minha covardia ladrando nos calcanhares. Ensolarado, agosto traquinava indiferente, espalhando folhas e ciscos, impelindo com indolência a tarde por entre nuvens e irritadas buzinas.

. ou como na enumeração de cenas corriqueiras que mostram o contraste entre o movimento do mundo e a mãe agonizante:


...Minha mãe está morrendo e o homem que conversa com o seu Pantaleone na banca de jornais ignora. E a grávida que escolhe o enxoval do bebê na loja em frente, o vira-lata que sua pelagem descorada coça, o melancólico vendedor de churros, a velha que me espiona da janela, os aposentados na fila do banco, os dois amigos que bebem cerveja no bar da esquina, ...
. ou como este final de trecho de uma sequência, após o enterro da mãe, no qual a dor vai aumentando, empurrando o corpo até o limite do que parece ser a travessia deste momento de embate entre a vida e a morte:

...minhas coxas fraquejam, as fontes palpitam, ardem os pulmões. Estranhamente não grito; esgana -me, parece a aflição. Súbito, os braços envolvem-me as pernas: estou pronto.



Parte 2. AS CARTAS

as cartas se iniciam em 02/02/71 e vão até 05 /03/78. Conta a trajetória de um jovem que sai de Minas e vem para S.Paulo. Suas impressões, dificuldades, sonhos, relações, o vínculo com a família, com a terra, um pouco da história do ABCD e do Brasil naqueles anos 70.

Comentários
As cartas dispensam comentários, falam por si mesmas, são tão verossímeis que parecem reais; ou são tão reais que parecem ficção?
História de um migrante, todas as dificuldades e descobertas comuns aos que estão longe de casa, como no trecho que segue:

. carta de 12 de Janeiro de 75
... Desta vez andei mais pela cidade, vi alguns amigos, encontrei outros que estão morando aqui em São Paulo e a sensação que fica é a de que nunca mais vou voltar. Isso é muito triste, porque aqui não é o meu lugar. Mas também sinto que aí também não é o meu lugar. Ou seja, não sou de lugar nenhum. E isso dói dentro da gente. ...
...

Foi uma viagem de muita sede e pouca água; uma viagem aos 20 anos de distância de uma cidadezinha no interior da Bahia, onde nasci; uma viagem ao vazio descerrado pelo mar de cartas não escritas ou escritas e não enviadas.

Conceição Bastos